Designa o aumento anómalo das temperaturas médias do planeta registado nas últimas décadas. É associado sobretudo a práticas humanas. A principal causa é a intensificação do efeito de estufa, fenómeno natural responsável pela manutenção do calor na Terra, e que se deve à poluição do ar resultante de práticas humanas.
As previsões para o séc. XXI do principal órgão responsável pela sistematização e a divulgação de estudos relacionados com o aquecimento global, o IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), apontam para que se dê o aumento de mais 1°C nas temperaturas, em caso de preservação da atmosfera, ou de 1,8°C a 4°C num cenário mais pessimista e com maiores índices de poluição.
O aquecimento global induzido pela Humanidade, de 1,1°C, desencadeou mudanças no clima do planeta sem precedentes, que vão do aumento do nível do mar a eventos extremos, passando pelo degelo. De acordo com o relatório sobre mudanças climáticas de 2023 do IPCC, o aumento das temperaturas vai intensificar ainda mais a magnitude das mudanças climáticas. Cada 0,5°C de subida na temperatura global, por exemplo, irá causar aumentos visíveis na frequência e na severidade do calor extremo, de tempestades e de secas. De forma semelhante, ondas de calor, que acontecem em média uma vez a cada dez anos em climas pouco influenciados pela atividade humana, tendem a ser 4,1 vezes mais frequentes com um aumento de 1,5°C, a ser 5,6 vezes mais frequentes num cenário de subida de 2°C, e 9,4 vezes mais frequentes com uma dilatação de 4°C na temperatura global. E a intensidade destas ondas de calor também vai aumentar: em 1,9°C, de 2,6°C, e de 5,1°C, respetivamente.
As temperaturas mais altas também potenciam a probabilidade de atingirmos pontos no sistema climático que, uma vez ultrapassados, podem desencadear eventos que contribuem ainda mais para o aquecimento global, como o derreter do permafrost (solo que permanece a 0°C, ou abaixo, por pelo menos dois anos consecutivos) ou a perda de florestas. Pode levar ainda a outras mudanças abruptas e irreversíveis: se o aquecimento atingir a faixa de 2°C a 3°C, por exemplo, as camadas de gelo da Antártida Ocidental e da Gronelândia podem derreter quase completamente, de forma irreversível, fazendo com que o nível do mar suba vários metros.