Foi laçando a 15 de janeiro de 2025 na Cidade da Praia pelo Grupo Banco Mundial o Relatório sobre o Clima e o Desenvolvimento do País (CCDR). Neste documento, baseado em modelos económicos para setores económicos chave para o desenvolvimento do país, como o turismo, a energia, a água entre outros, é demonstrado que os danos causados no Produto Interno Bruto (PIB), é maior do que o investimento necessário para aumentar a resiliência dos mesmos.
No comunicado do Banco Mundial a esse respeito, pode ler-se que o relatório “fornece um roteiro para alinhar as aspirações de desenvolvimento de Cabo Verde com a ação climática, investindo em medidas que mitiguem os riscos climáticos e, ao mesmo tempo, desbloqueiem novas oportunidades de crescimento sustentável e inclusivo. O relatório enfatiza a necessidade de uma abordagem integrada para lidar com as vulnerabilidades de Cabo Verde. As prioridades imediatas incluem:
- Promover a gestão integrada da terra e da água: Aumentar a segurança alimentar através de irrigação eficiente, culturas resistentes à seca e recuperação da paisagem
- Promover uma economia azul resiliente às alterações climáticas: Diversificar o setor do turismo, melhorar a gestão sustentável das pescas e proteger os ecossistemas costeiros
- Modernizar os sistemas de infraestruturas: Integrar os riscos climáticos no planeamento urbano e dos transportes, para salvaguardar infraestruturas críticas e melhorar a conectividade entre as ilhas
- Acelerar a transição energética com baixas emissões de carbono: Expandir a capacidade das energias renováveis e melhorar a eficiência da rede para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis importados e diminuir os custos da energia
- Aumentar a resiliência social: Reforçar os sistemas de proteção social e investir na educação e no desenvolvimento de competências para apoiar grupos vulneráveis e potenciar novas oportunidades de emprego nos setores verdes.
O CCDR estima que uma ação ambiciosa no domínio do clima exigiria investimentos de cerca de 140 milhões de dólares americanos por ano, de 2024 a 2030 e posteriormente. Mas os benefícios económicos e sociais ultrapassariam esses custos. A mobilização de financiamento a esta escala exigirá uma forte parceria com o setor privado e partes interessadas internacionais, e o recurso a instrumentos financeiros inovadores.

Fonte: CCDR, Grupo Banco Mundial, 2025
Até 2050, a ação climática poderá resultar num aumento de 2,5% do PIB, em comparação com o cenário de referência.

Fonte: CCDR, Grupo Banco Mundial, 2025
De acordo com Indira Campos, Representante Residente do Grupo Bano Mundial para Cabo Verde: “A ação climática não é apenas uma necessidade; é uma oportunidade para Cabo Verde traçar um futuro mais sustentável e próspero. Com uma governação forte, financiamento inovador e envolvimento da comunidade, Cabo Verde pode liderar o caminho da resiliência e do desenvolvimento de baixo carbono”.