O aquecimento global está diretamente ligado às mudanças climáticas, que têm afetado populações de diversas formas. Para enfrentar esta questão, várias nações acordaram em limitar o aumento da temperatura média global no âmbito do Acordo de Paris, o qual estabeleceu também o Quadro de Transparência Reforçada (ETF). Este mecanismo exige que os países submetam Relatórios Bienais de Transparência (BTR) para mostrar a implementação da sua Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), garantindo a fiabilidade e coerência das informações prestadas. 

A transparência climática refere-se à disponibilização de informações claras, acessíveis, fiáveis e verificáveis sobre medidas para combater as mudanças climáticas, incluindo a medição de emissão de gases com efeito de estufa (GEE), ações de aumento da resiliência dos ecossistemas e acesso ao financiamento. Mas de que forma a estatística e a gestão de dados podem contribuir para esta transparência? 

Para garantir a transparência climática, é essencial dispor de dados climáticos de qualidade, fiáveis e coerentes, permitindo a geração de informações verídicas que conduzam a decisões informadas e com menor margem de erro.  

É aqui que a estatística e a gestão de dados desempenham um papel fundamental. 

A estatística permite identificar padrões e tendências nos dados, através da análise de séries temporais e de métodos de previsão, facilitando a tomada de decisão baseada em evidências. Sem esta ciência, seria impossível monitorizar a evolução das emissões de GEE ao longo dos anos, estudar as suas tendências e prever os seus impactos futuros.  

É graças à estatística que se pode afirmar, por exemplo, que a temperatura global tem aumentado significativamente desde a Revolução Industrial no século XIX. 

A gestão de dados, por sua vez, abrange a recolha, armazenamento, homologação e disseminação dos dados climáticos. Este processo permite converter dados brutos em informação valiosa.  

Com o aumento contínuo da quantidade, velocidade e diversidade dos dados, a gestão da informação tornou-se indispensável. As decisões já não se baseiam teoricamente na intuição, mas sim em análises rigorosas. Sem informações confiáveis, a transparência climática estaria comprometida. Além disso, uma gestão eficaz dos dados permite que os países prestem contas sobre as suas ações e compromissos climáticos. 

Assim, para garantir a transparência climática, a estatística e a gestão de dados são elementos indispensáveis. Investir nestas áreas é essencial para promover a transparência e assegurar que as políticas e estratégias climáticas se baseiam em evidências concretas. Num mundo onde a informação se tornou uma ferramenta de poder, a ciência dos dados climáticos deve ser um pilar para mitigar os impactos climáticos e construir um futuro mais sustentável.