Esta é a hora! Não adie para amanhã! Então, tire um pouco do seu tempo para juntos, analisarmos os impactos climáticos em Cabo Verde e na vida das nossas crianças, adolescentes e jovens.
Como é sabido, Cabo Verde é um Pequeno Estado Insular em Desenvolvimento, que se encontra situado na faixa do Sahel e que há muito tempo vem lidando com um clima hostil. Entretanto, as alterações climáticas vieram a intensificar os fenómenos climáticos, como a seca, escassez de água e tempestades costeiras. E no que concerne às mudanças climáticas, Cabo Verde se encontra no topo da lista de países que estão correndo riscos climáticos de acordo com Índice ND-Gain, publicado pela Universidade de Notre Dame e o World Risk Index, publicado pelo Grupo do Banco Mundial.
Se observarmos bem, as mudanças climáticas estão afetando os recursos hídricos, a agricultura, segurança alimentar e nutricional, a pesca e zonas costeiras, a silvicultura, as infraestruturas, o turismo, a saúde humana e os ecossistemas do nosso amado país. Portanto, podemos constatar que Cabo Verde é um país bastante vulnerável aos impactos negativos das alterações climáticas, embora, não seja um dos países que mais contribui para que haja alterações climáticas, é um dos que mais sofre. Então, como já dizia Papa Bento XVI “a proteção do ambiente, a salvaguarda dos recursos e do clima obriga todos os líderes a agirem juntos, no respeito pelo direito, promovendo a solidariedade com as regiões mais necessitadas do mundo”. Com isso, podemos ver que deve ser feito trabalho em equipe. E para conseguirmos solucionar esse grave problema, creio que deve ser conhecido o causador e a real causa das alterações climáticas. Mas, quem será o causador e a real causa das alterações climáticas?
É óbvio que, o homem é o causador das alterações climáticas. Mas agora, será que a emissão dos gases de efeito de estufa é realmente a causa das alterações climáticas? Será que a queima de carvão é a real causa das alterações climáticas? Ou será que é a desflorestação a real causa das alterações climáticas? Será que não existe uma causa oculta e um tanto quanto obscura?
Na minha perspetiva, há sim uma causa oculta por detrás da emissão dos gases de efeito de estufa, da queima de carvão e da desflorestação, a ganância do homem. Ganância esta, pertencente a uma elite que quer somar rios de dinheiro à custa de sofrimentos alheios. Sendo o homem o causador e a ganância a causa, afirmo que é um imperativo trabalhar a mentalidade do causador, a fim de, diminuir a ganância. Ao meu ver, se estamos a sofrer com os impactos das alterações climáticas é porque houve uma deficiência na educação do homem. Daí que, proponho que nas escolas não sejam ensinadas somente conteúdos concernentes ao clima e às alterações climáticas, mas também, deve-se adicionar o ensino de princípios e valores morais, de forma a encontrarmos o X da Equação. Isto é, devemos apostar num programa educativo que não trabalha somente a educação climática, no sentido de consciencializar as pessoas para uma postura que promova um ambiente mais saudável e sustentável, mas também, juntamente com isso ensinar às crianças, adolescentes e jovens, princípios e valores morais importantíssimos como a solidariedade, a cooperatividade, a saúde, o respeito à vida, o amor ao próximo e o bem-estar coletivo. Visto que, não é de hoje que se tem falado e ensinado sobre os impactos nefastos das alterações climáticas. No entanto, não se tem verificado melhorias significativas no comportamento das pessoas, a fim de, diminuir os impactos das alterações climáticas. Por isso, propus que coadjuvado a isto, também seja implementada uma educação voltada para o ensino de valores morais, como forma de solucionar e pôr término ao problema das alterações climáticas não só em Cabo Verde, bem como, no mundo.
A ativista ambiental Greta Thunberg disse “nossa civilização está sendo sacrificada pelo interesse de um pequeno grupo de pessoas em continuar recebendo enormes quantias de dinheiro”. Concordo com a Greta Thunberg e acrescento, dizendo que é uma minoria que se beneficia com os combustíveis fósseis, que muito têm contribuído para que haja mudanças climáticas. Sendo assim, é necessária uma aposta forte na educação para os valores que havia supracitado, ensinando que por vezes devemos renunciar o nosso possível bem-estar em prol do bem-estar coletivo. Pois, como dissera Aristóteles “o homem é um animal social e político”.
Na qualidade de adolescente e Presidente do Parlamento Infantojuvenil, gostaria de salientar a importância de se envolver as crianças, adolescentes e jovens nas tomadas de decisões corcernentes à implementação da política climática.Visto que, constata-se que as pessoas desta faixa etária, mormente as crianças são as que menos contribuem para o aumento das alterações climáticas, contudo, são as que mais sofrem. Com isso, não quero dizer que não se tem feito nada para envolver as crianças, adolescentes e jovens na tomada de decisões ligadas aos impactos das alterações climáticas. Pois, o Parlamento Infantojuvenil é uma prova viva de que algo tem sido feito. Entretanto, penso que, deveriam incluir-nos cada vez mais e dar-nos cada vez mais voz e oportunidade de opinarmos. Também, gostaria de reforçar a importância da educação desde a tenra idade, pois, como dissera outrora o rei Salomão “devemos ensinar às crianças o caminho que devem andar e que ainda que forem velhos não desviarem dele”. Portanto, se as pessoas forem ensinadas desde o berço, teremos no futuro pessoas mais conscientes do seu papel cívico e que colocarão em prática os conhecimentos antes aprendidos.
Em suma, gostaria de sublinhar que é chegada a hora e o momento de unirmos todos sem exceção, em prol de um planeta mais sustentável. Finalizo, dizendo que este é o planeta ideal para vivermos. Daí que, se o destruirmos, estaremos a condenar a nossa espécie à extinção.
Portanto, rogo-lhe e suplico a si que é leitor que cuide do planeta A, o planeta Terra!
Autora
Dâmaris Tavares,
Estudante e Presidente do Parlamento InfantoJuvenil (dta57929@gmail.com)