A educação é a melhor forma de formar e preparar o ser humano. É também através dela que se constrói o saber e o conhecimento, peças fundamentais para mover ações que conduzam ao alcance de objetivos coletivos e sustentáveis. E porque não usar a educação climática como uma das soluções mais eficazes para enfrentar as alterações climáticas?
Uma das formas mais consistentes de combater as alterações climáticas, promover a ação climática, formar, informar, envolver e empoderar comunidades é através da educação climática. Este processo de ensino desenvolve conhecimentos, atitudes e competências voltados para compreender e enfrentar os desafios das alterações climáticas e da sustentabilidade.
Acredito que investir na educação climática das jovens mulheres não é apenas uma necessidade, mas uma urgência para garantir um futuro mais resiliente e justo. Em Cabo Verde, tal como em muitos outros países em desenvolvimento, as mulheres estão entre os grupos mais vulneráveis aos impactos das alterações climáticas. Torna-se, por isso, estratégico e essencial apostar na educação climática, de forma a envolver os jovens e criar oportunidades para que mais jovens mulheres se destaquem como líderes na ação climática, promovendo assim a equidade de género.
Cabo Verde, com o apoio do Programa Acão Climática, tem investido na educação climática como forma de fortalecer a representatividade jovem no debate e na ação climática. Eventos como o Parlamento Infantojuvenil e a Academia Infantojuvenil envolveram crianças e adolescentes de todas as ilhas do país, promovendo sessões técnicas, debates, partilha de conhecimentos e desenvolvimento de ideias e projetos relacionados com a ação climática. Um espeto relevante é que estes eventos contaram com significativa participação de jovens mulheres, como se pode observar nos gráficos abaixo, o que reforça o potencial destas iniciativas para promover a liderança feminina jovem no combate às alterações climáticas. Estas ações têm grande importância na formação e preparação dos jovens para serem agentes de mudança nas suas comunidades, no desenvolvimento de capacidades, partilha de informação, conhecimento e consciencialização.
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Fonte de dados: Programa Ação Climática
Estes são passos iniciais. Cabo Verde, com o apoio do Programa Acão Climática, tenciona fazer muito mais para trazer a educação climática para a realidade dos jovens cabo-verdianos. De forma ainda mais efetiva, pretende-se, num futuro bastante próximo, incluir nos programas de ensino universitário temas como clima, alterações climáticas e ação climática. Também é desta forma que podemos ter mais jovens mulheres líderes na ação climática, já que é nas escolas e universidades que nascem e crescem projetos inovadores e é nelas que se encontra grande concentração de jovens.
A educação climática deve ser assumida como uma das prioridades nacionais. É fundamental que mais jovens mulheres tenham acesso às ferramentas, oportunidades e espaços necessários para liderar a transformação de que o nosso planeta e as nossas comunidades tanto precisam.
Autoria
Loriana Monteiro
Programa Ação Climática