O mundo assumiu limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC face aos níveis pré-industriais? Em Cabo Verde, grande parte da contribuição será dada pela energia. Mas, afinal, o que é a transição energética e como contribuirá para a descarbonização da economia? 

De acordo com o mais recente inventário de emissões de gases com efeito de estufa de Cabo Verde, incluído no seu Primeiro Relatório de Atualização Bienal (BUR) o país emitiu cerca de 1 megatonelada de dióxido de carbono equivalente em 2019, ou seja, 1 000 000 t CO₂e. 

Nessas emissões, sobressai a contribuição de 65% do sector da energia e de acordo com as projeções constantes na Estratégia de Desenvolvimento de Baixas Emissões a Longo-Prazo (documento por publicar), esse valor poderá crescer 68% em 2030 e 72% em 2025, num cenário business as usual (BAU). 

A boa notícia é que o setor é obviamente aquele onde há mais espaço para reduzir e isso mesmo é reconhecido na atualização da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) e nesse mesmo documento, com a implementação de medidas relacionadas com o fornecimento de eletricidade produzida com base em energias renováveis (eólica e solar fotovoltaica), transportes com baixas emissões de carbono (mobilidade elétrica, mudança de meio de transporte e utilização de combustíveis sustentáveis na aviação) e eficiência energética (nos setores residencial e do turismo, iluminação pública de baixo consumo e uso e abastecimento eficientes de água). O resultado destas medidas é mostrado na figura seguinte.