O Governo de Cabo Verde, através do Instituto Nacional de Gestão do Território (INGT) que lidera uma equipa nacional constituída pelo Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB), Direção Nacional do Ambiente (DNA), Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) e a Universidade de Cabo Verde (UNICV), está a elaborar a Cartografia Detalhada de Risco e Vulnerabilidade Climáticos.
O projeto enquadra-se no âmbito do Programa Ação Climática, apoiado pela Cooperação Luxemburguesa, e constitui um passo significativo no fortalecimento das capacidades de gestão de riscos climáticos em todo o país.
Em dezembro de 2024, após um trabalho intenso de terreno, a equipa que também é constituída por especialistas da Universidade La Laguna, Liderado pelo Professor Dr. Jaime Dias Pacheco da Cátedra de Redução de Riscos e Desastres, de Gran Canária, com o qual o INGT tem uma parceria institucional, concluiu a produção das primeiras cartas para os seguintes municípios-piloto, nomeadamente Brava, Boa Vista, Ribeira Brava de São Nicolau, Praia e Mosteiros na ilha do Fogo. Importa realçar que nestes municípios o trabalho feito visou principalmente a atualização da cartografia realizada em 2019, no âmbito do projeto “Catastrophe Deferred Drawdown Option (Cat DDO)” financiado pelo Banco Mundial, numa escala menor.
Com o projeto em curso pretende-se que a cartografia seja ampliada e detalhada, com vista a uma análise mais precisa dos riscos climáticos e das vulnerabilidades associadas.
O objetivo principal deste projeto é realizar uma análise territorial detalhada dos riscos climáticos em Cabo Verde, como as Secas, Inundações, Movimentos de massa, Incêndios, Ondas de calor e Erosão costeira, com recurso a dados climáticos e geoespaciais, que permitam identificar as áreas e setores mais vulneráveis a fenómenos climáticos extremos.

O trabalho em curso permitirá o desenvolvimento de cartografia detalhada, contendo temas sobre a perigosidade, vulnerabilidade e risco climáticos, indicadores climáticos, perigosidade de movimentos de vertente, inundação, secas, extremos de temperatura, suscetibilidade a inundação costeira e vulnerabilidade por zonas.
Estas cartas serão ferramentas essenciais para a gestão territorial, permitindo que as autoridades e os tomadores de decisão possam planear e implementar estratégias eficazes de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
A cartografia também terá um papel fundamental na orientação das políticas públicas e na integração dos riscos climáticos nas práticas de desenvolvimento sustentável do país com foco em cada um dos 22 municípios alvo do projeto e no processo de planeamento e gestão urbanística, que ajudarão a garantir a resiliência do território frente aos desafios climáticos.
Para a elaboração dos produtos para os restantes municípios está prevista a próxima missão de deslocação ao campo da equipa de técnicos nacionais e internacionais para o final do mês de março deste ano e que a cartografia seja disponibilizada na Infraestrutura de Dados Espaciais de Cabo Verde (IDE-CV) e nos outros meios de divulgação em junho aquando da conclusão do projeto.
Este trabalho faz parte de um esforço contínuo para fortalecer a gestão de riscos climáticos em Cabo Verde e contribuir para a construção de uma sociedade mais resiliente, capaz de enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas de forma proativa e informada.
Ribeira Brava





Boa Vista





Praia




Mosteiros




Brava





Autoria
Ilce Amarante
Instituto Nacional de Gestão do Território